domingo, 19 de junho de 2011

22:16



-Só sei que nós nos amamos muito…
-Porque você está usando o verbo no presente? Você ainda me ama?
-Não, eu falei no passado!
-Curioso né? É a mesma conjugação.
-Que língua doida! Quer dizer que NÓS estamos condenados a amar para sempre?
-E não é o que acontece? Digo, nosso amor nunca acaba, o que acaba são as relações…
-Pensar assim me assusta.
-Por que? Você acha isso ruim?
-É que nessas coisas de amor eu sempre dôo demais…
-Você usou o verbo 'doer' ou 'doar'?
-[Pausa] Pois é, também dá no mesmo…

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Tribunal

Recebe-se uma carta, não para mim. Mas para outra pessoa para discutir sobre mim. Curiosidade não mata mais quase chega lá.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Demasiada, demoniada, mascarada, infernizada.

Infernos a parte, é claro e simples de compreender.
Acontece que há uma hora em que sua estrela reclama espaço. Essa hora chegou. Minha estrela grita, esbraveja e eu não posso negá-la o seu brilho. Nada pode me mudar, nada pode me reclassificar. Se é conveniente, que seja um seguidor. Se não, parta já.

Demasiada

Pequenos momentos anulam toda uma vida.

domingo, 29 de maio de 2011

Como é que faz para retirar de dentro de você a importancia de uma pessoa? Como apagar todo o seu passado? Como ser outra pessoa?

Bom dia, irmã.

Que sentimento ruim, que dor de mim.

Cortante.
Irmã, sinto falta, sinto saudade dos dez segundos, da respiração profunda e do abraço que me fazia escondida no teu colo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Racunho de não-mentiras-e-nenhuma-verdade

Não ía escrever hoje, não pensei nem mesmo que estaria passiando por aqui, mas coisas estranhas acontecem, não é mesmo? Caminhei sozinha embaixo de um céu cinza. Mesmo cinza não sendo cor, isso não me importa, era cinza. Esperava aquele toque alto para me matar de vergonha, mas não houve nenhum ruído, fico assim no meu silêncio confortável das pessoas que choram demais. Há quem se incomode com meus silêncios, me incomodo muito mais com os baruhos. Bom mesmo é ouvir aquela seleção de músicas que só você sabe o quão perfeitas são elas, o que te lembram. É uma delícia. Gozar hoje seria tão impróprio quanto matar alguém num dia ensolarado de domingo. Sabe essas coisas que você só sente e não sabe dizer? Ou até saberia dizer, mas dizê-las iria acabar com o valor que elas possuem? Detesto quem não respeita a hora de calar. Silêncio foram feitos para o barulho interno e sendo assim, apenas seu. Pare, ouça sua respiração, fique quieto para sentir teu coração bater, saia de si mesmo para ouvir seus próprios pensamentos. Tanta gente por aí se achando o intelectual mais incrível do mundo e nem se conhecem, não sabem o que pensam sem ajuda de outros pensamentos. Tanta gente que entra em pânico quando está sozinho.
Doei sangue hoje e doar sangue dói. Me senti tão dada e isso é bom.
E daí que não faça sentido? Me perdi no caminho de volta e estou com tédio para voltar.

Eu Sou Neguinha?

Eu tava encostad'ali minha guitarra
No quadrado branco, vídeo, papelão
Eu era o enigma, uma interrogação
Olha que coisa mais, que coisa à toa, boa boa boa boa
Eu tava com graça...
Tava por acaso ali, não era nada
Bunda de mulata, muque de peão
Tava em Madureira, tava na Bahia
No Beaubourg, no Bronx, no Brás e eu e eu e eu e eu
A me perguntar
Eu sou neguinha?
Era uma mensagem, lia uma mensagem
Parece bobagem, mas não era não
Eu não decifrava, eu não conseguia
Mas aquilo ia e eu ia e eu ia e eu ia e eu ia
Eu me perguntava: era uma gesto hippie,
um desenho estranho
Homens trabalhando, pare, contramão
E era uma alegria, era uma esperança
E era dança e dança ou não ou não ou não
Tava perguntando: Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha? Eu sou neguinha?


Eu tava rezando ali completamente
Um crente, uma lente, era uma visão
Totalmente terceiro sexo, totalmente terceiro
mundo, terceiro milênio
Carne nua nua nua nua nua
Era tão gozado
Era um trio elétrico, era fantasia
Escola de samba na televisão
Cruz no fim túnel, becos sem saída
E eu era a saída, melodia, meio-dia, dia, dia
Era o que eu dizia: Eu sou neguinha?
Mas via outras coisas: via um moço forte
E a mulher macia den'da da escuridão
Via o que é visivel, via o que não via
E o que a poesia e a profecia não vêem, mas
vêem, vêem, vêem, vêem
É o que parecia
Que as coisas conversam coisas supreendentes
Fatalmente erram, acham solução
E que, o mesmo signo que eu tento ler e ser
É apenas o possível ou o impossível em mim em
mim em mil em mil
e a pergunta vinha:
Eu sou neguinha?
Eu sou neguinha...



http://www.youtube.com/watch?v=bzz7iiDge2g


De grande respeito e saudade da minha senhora, Cássia Eller.
Mas a letra é de Caetano Veloso. O que importa? O importante mesmo é na voz de Cássia com o estilo dela porque ela foi a melhor nessa. ;) O por que dessa música agora? Bom, gosto dela e meu humor está bem dentro do terceiro sexo, terceiro mundo e terceiro milênio.

1403 Beijos.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bilhete de bolso

O pior dos tormentos, a dor sofrida e declarada, um choro baixo no escuro, um emagrecimento, olheiras profundas, um silêncio bruto e cruel. Ah, faça-me o favor!

Dorotéia

"- Rico, católico e certamente casado...
Eu... pobre, budista, e fudida!"

Rosana Zucolo

"Existe por aqui
uma hippie desgarrada
que ainda vive meio Arembepe,
querendo ser Pró, mãe, filha,
escritora, doméstica, terapeuta
e congressista.
Porque a Pró,
bom... a Pró é aquela
de sandália rasteirinha
e vestido feito de canga de Bali
ali sentada na grama
do Farol da Barra
aplaudindo o por do sol."

Dorotéia

Não posso deixar de pensar sobre isso : As pessoas nunca estão satisfeitas. O que é uma maldade sem tamanho. Há sempre um " e se " para ser pensado, para ser levado em conta. E isso não é ruim, ao contrário, é o que faz evoluir, ir adiante. Porém, eu como pertencente a essa raça de insatisfeitos, sofro o diabo por ver a insatisfação alheia. As pessoas estão insatisfeitas com seu trabalho, com sua casa, com seus familiares, namorados, políticos... E sempre pensam : "E se eu tivesse feito aquele outro curso, estaria mais feliz com outro trabalho?" "E se eu tivesse escolhido outra imobiliária, será que teria mais conforto?" "E se eu tivesse nascido na família da outra rua, eles seriam melhores?" "E se eu não tivesse dito sim a ele, será que dormiria com um príncipe?" "E se eu tivesse votado nas propostas daquele candidato, será que ele teria feito alguma coisa?". Tudo bem. Termina tudo, volta tudo, sempre há mais tempo, mas não se arrependa. Diante de tantos "E SE" resolvi que quero ser estável. Quero mais "isso é assim, aquilo é isso e eu sou assim." Parece egoísta, talvez seja. Acho que é. Até apoio mudanças, contanto que sejam radicais e sem volta. Mas aí é que está o problema central, poucas, bem poucas pessoas são decididas. A grande maioria é instável, maleável e assim, nada de planos, de futuro é só hoje e acaba as 23:59h , amanhã passa.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ilumine-se


"O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do Iluminismo". Immanuel Kant, XVIII.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Monalisa


Tantas vezes brigamos, chegamos a dizer coisas bem duras uma para outra. Quanta vezes dissemos 'eu te amo'... quantas vezes simplesmente nos olhamos e depois no abraçamos e não dissemos mais nada. Sabíamos o quanto era importante a outra e o quanto significava. Quantas vezes chorei no teu colo uma saudade antecipada? E você sempre disse que estaria por perto. Todas as vezes que fizemos planos bem longos, imaginamos cada detalhe, nome dos filhos, decoração das nossas casas, profissões, namorados. Quantas vezes me fizesse promessas... e não deu tempo. Eu sinto saudade de acordar com tua voz, de sentar em você e fazer massagem até vocÊ dormir, de brincar de mímica, falar em libras pra ninguém entender, fazer competição de música, sair correndo pra entrar no banheiro primeiro, saudade de te assustar depois de um filme de terror e pedir pra dormir contigo porque tava com medo do escuro. Saudade de você me pedir pra cantar pra você, saudade de ser chamada de Mel-leca, de esfregar a mão com açúcar ou fazer nojo com a comida, ouvir música bem alto e dançar bem muito até os vizinhos reclamarem. Saudade de te acorbertar, de ser a irmã mais nova e de corrigir as provas dos teus alunos até a madrugada. Saudade das tuas regras, de pegar tuas coisas escondido, de pentear teus cabelos. Saudade de brigar com você. Saudade, porra! Muita saudade da tua voz, do teu cheiro, das tuas manias. É muito triste adimitir que estou vivendo sem você, eu não queria. Eu queria ter parado de respirar quando você parou, eu queria ter ído no teu lugar, queria poder ter te dado mais presentes, queria muito dizer que eu te amo e olhar nos teus olhos, dizer que você faz muita falta, que eu queria só mais um dia do teu lado, um dia pra não desgrudar de você, só mais um dia pra matar a saudade, te contar o que está acontecendo na minha vida, dizer que eu to com medo mas que eu to dando conta. Eu queria um pouco mais de você. Só mais um pouco. Queria tanto ter certeza que você continua viva em algum lugar e muito melhor. Eu queria tanto um milagre pra te trazer de volta.Eu sinto, eu sinto muito. Queria te pedir desculpas por ser tão covarde, de não ter prestado mais atenção. Eu te amo pra sempre irmã.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Cálice.

"Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue.


Talvez o mundo
Não seja pequeno
(Cale-se!)
Nem seja a vida
Um fato consumado
(Cale-se!)
Quero inventar
O meu próprio pecado
(Cale-se!)
Quero morrer
Do meu próprio veneno
(Pai! Cale-se!)
Quero perder de vez
Tua cabeça
(Cale-se!)
Minha cabeça
Perder teu juízo
(Cale-se!)
Quero cheirar fumaça
De óleo diesel
(Cale-se!)


Chico Buarque."

Guia

Retratos de um livor de memórias, cuidadosamente guardado.
Cuidados... Cuidados para quê?
Do que é que se previne um cofre mesmo?
Me agarro demais aos detalhes, as cores, aos cheiros, aos jeitos, aos olhares flagrados.
E então, do que eu estava mesmo me protegendo?